sexta-feira, 19 de outubro de 2007

A Dialetação do Latim Vulgar e a Formação das Línguas Românicas

Trabalho de Filologia Portuguesa



A Dialetação do Latim Vulgar e a Formação das Línguas Românicas




A Dialetação do Latim Vulgar e a Formação das Línguas Românicas
Introdução
O presente trabalho tem como intenção mostrar como e por que uma língua tão forte como o Latim, que foi o instrumento de comunicação de um dos povos mais afamados e guerreiros de nossa História, os Romanos, se tornou primeiro enfraquecida e depois fragmentada em todo o vasto império que os Romanos Latinizaram. Certo é relembrar que esse latim não era uma língua unívoca e consistia-se em numerosas variedades, cada uma adequada à sua finalidade e que refletia a classe social de quem a usava. As duas variedades que mais se destacam e se estudam é o Sermo urbanus - língua usada pelas classes cultas que depois de estilizada e influenciada pelo grego se tornará perpetua nas obras do panteão de escritores que floreiam a vasta literatura latina, tais como Ovídio, Vergílio, Plauto, César entre outros, e que por nós é conhecida como Latim Clássico - e o sermo usualis - língua eminentemente falada pelas classes incultas e com raríssimos legados escritos ( Ver: Fontes do latim vulgar de Silveira Bueno) e que por não ter uma norma lingüistica fixa ou rija, tal como o grego e o latim clássico, passou a variar, primeiro tornando-se mais simples que a língua clássico e normativada : No campo fonético reduziu de dez para no máximo sete vogais, dependendo da região romanizada. No da morfologia, reduziu o uso das cinco declinações a somente três e em muitos casos excluiu o uso do gênero neutro. Na Sintaxe, passa a usar as preposições o que resulta numa maior simplicidade na ordem das palavras dentro da oração. Se tornou, também, mais analítico que o latim clássico – passou-se a usar preposições, advérbios, pronomes e verbos auxiliares. Outro diferença que se verifica é que o latim usual era uma língua empregada, sobretudo, para representar as coisas que estavam em volta dessa camada social, em seu dia-dia, em seu negócio, ou seja, em sua mundivivência; por isto, essa língua será mais concreta em relação à língua culta que fazia uso de termos abstratos, denotativos de qualidades e atividades intelectuais. E por último, se mostra mais permeável da elementos estrangeiro. (Basseto, 2002. Características do latim vulgar).
É a partir do contato com esses elementos e por outros tantos supostos motivos é que houve a FRAGMENTAÇÃO dessa língua ao qual chamamos Latim Vulgar que nos deixará como legado não obras primas da literatura e nem os mais belos versos que narram o período áureo da civilização romana, mas sim as línguas românicas, vivas e ativas, nos cinco continentes, evoluindo em tantas outras línguas futuras. Sobre esta transformação é que passaremos a tratar, inicialmente expondo como o latim penetrou, junto com o exército romano, por toda Península Itálica, posteriormente, por todo Mediterrâneo, se dialetando nas tantas línguas em que se ramificou e tantas outras que influenciou.
A Latinização ou Ramanização
A Latinização ou Romanização é a assimilação cultural e lingüistica dos povos incorporados ao universo da civilização latina, que adotavam para si a língua e os costumes de seus dominadores, o que nem sempre era imposto pelos latinos. Que havia era o prestígio de usar a língua da Urbis.
Não interessava para os romanos imporem para os povos dominados sua religião ou língua, nem mesmo eliminar suas instituições políticas ou jurídicas, desde que pagassem os impostos e respeitassem a palavra final do governador romano. É o que nos documenta o “Novo Testamento”, se tomares a famosa passagem da “Paixão de Cristo”. Isso ocorre depois que Roma se conscietiza de que arrasar as cidades e levar seu povo como escravo para a Urbis não era o melhor neg1ócio, dado o números de povos conquistados que veremos mais adiante.
Cabe aqui abrir um parágrafo especial para ressaltar que em lugares onde já haviam uma cultura e uma língua consolidada e forte, a Romanização não penetrou. Dentre eles podemos salientar o Egito, a Grécia, a Arábia, a bretanha, entre outros.
Agora passaremos a ver as causas que fizeram com que a língua e a cultura latina suplantassem as línguas locais.
Bruno Basseto, em seu supracitado livro “Elementos de Filologia Românica” elenca os principais fatores dessa Latinização:
O Exército Romano
Sem dúvida o exército romano eram os primeiros a entrar em contato com os povos que seriam anexados ao império e com eles ficavam na subsequente ocupação, este exército vinha, em geral, composto de seis mil soldados advindos dos mais variados lugares da província, dentre a plebe, e que faziam uso da variante vulgar do latim. Com a expansão do Império, passou a ser obrigatório, a partir de 89 a.C., o serviço militar a todo cidadão Itálico. Porém, no período áureo do Império, já se permitia o recrutamento de provincianos mais romanizados. César chegou a compor uma tropa só de estrangeiros, as “Tropas Auxiliares”. No exército era praticada uma variante do latim vulgar, o sermo militaris, que mantinha um contato direto com os povos conquistados, sendo assim, um forte fator de Latinização.
As Colônias Militares
Trata-se da recompensa dada aos veteranos de guerras, ou seja, militares que já haviam cumprido o serviço militar que inicialmente era de 16 campanhas, passando a 20. Os Oficiais superiores recompensavam seus soldados dando-lhes terras produtivas espalhadas por todo o Império, principalmente em regiões de fronteiras.
As Colônias Civis
Os povos dominados eram primeiramente levados para Roma, no entanto, com o tempo, esta prática se tornou inviável, estabelecendo-os em territórios subjugados, espalhados por todo Império, com a finalidade de prevenir rebeliões e produzir bens de consumo, também recebia o nome de “Colônias Agrária” e foi de grande peso para a Romanização, pois colocavam milhares de pessoas em contato com a língua e com a cultura latina de várias partes diferentes do Império.
A Administração Romana
Trata-se da distribuição estratégica que a administração ramificou por toda a extensão do Império e a variedade lingüística, muito próxima do sermo militaris, que esses oficilies usavam. Ponderável é o grau de Latinização que essa atividade proporcionou, visto que era o veículo de comunicação entre as províncias e a Urbis e língua de todos os documentos.
Obras Públicas e Comércio
A diáspora romana pelo vasto império fez com que houvesse a necessidade de buscar uma integração e coesão entre as partes do Império e por isso passaram a construir obras que servisse a esse intento e também beneficiasse a população, dentre elas podemos citar, as estradas, os aquedutos, teatros, bibliotecas, escolas, templos, etc.
Principalmente depois das construções das estradas somadas a ótima localização geográfica de Roma, fez haver um grande aumento de comércio entre a Urbis e as Civitatis, o que aumentaria, ainda mais, a Latinização daqueles que se viam a negociar com Roma.
Outros fatores também seriam dignos de aqui ser citados, contudo, por questões de tempo e espaço, é mister restringir apenas ao Cristianismo. Para isso será aberto um novo tópico.
A Influência do Cristianismo
Desde o início o Cristianismo esteve sob o vasto império romano, e o uso da língua latina à eles era quase que natural. Porém, os escritores cristãos preferiram usar não a variante culta do latim e sim a vulgar, sendo um importante instrumento de Romanização. As causas desta preferência é que será esmiuçado agora.
O primeiro motivo é que os texto em latim clássico, em geral, vinham repletos de idéias pagãs, que o Cristianismo era diametralmente oposto. O segundo, é que o Cristianismo, muito tempo perseguido pelo Império, eram cultivado por pessoas do povo que se orgulhavam de ter essa origem e de falar a variante do povo e não a da Aristocracia Romana, e por último o fato de quase todos os escritores cristãos eram estrangeiros e por isto tinham tido contato com as instituições que acima foram citadas e que faziam uso do latim vulgar.
O Resultado disto serão vários escritos de autores como São Jerônimo, Santo Augustinho, Santo Ambrósio, em latim vulgar, salientando-se entre estes a “ tradução da Bíblia em latim vulgaríssimo”, muito diferente daquele que S. Jerônimo usara em sua “Cartas”. ( Bueno, 1967. A influência do Cristianismo).
Para se concluir este estudo sobre a Romanização, é mister verificar como e quando se deu o avanço das armas de Roma sobre o vasto império conquistado, como já foi dito, inicialmente sobre a Península Itálica e posteriormente sobre todo mundo então conhecido. Vale também lembrar que junto ao exército avançava a língua e cultura romana.
As Conquistas Romanas
A Península Itálica: Podemos dizer que a primeira conquista romana foi passar a Ter o domínio da própria Roma, quando em 509 a.C. foi expulso Tarquínio, o Soberbo, o último dos reis etrusco, povo que povoava a região da hoje Toscana que dominou Roma e influenciou muito em sua cultura, tanto que o alfabeto romano foi inspirado no dos etruscos. Em 309 a.C., Roma foi saqueada pelos Gauleses, porém se reergueu rapidamente. Passou por conflitos internos entre Plebeus e Patrícios, que só terminaram em 278 a.C. Depois conquistaram os povos Itálicos – Oscos, S.amnitas, Volscos, Sabinos, etc..-, a Magna Grécia, ao sul da Península Itálica e os Sicano e Sículos na Sicília. Para consolidar o domínio sobre estes povos, os romanos lhes concediam a “cidadania Romana”, que lhes submetiam ao direito romano e as obrigações militares.
Cartago e a Conquista do Mediterrâneo: Catargo era uma potência econômico e militar que os romanos combateram na s famigeradas “Guerras Púnicas”, sendo divididas em três fases que vão de 264 à 146, e termina com a conquistas: Sicília, Sardenha, Córsega, Cartago, Siracusa, Ibéria e o norte da África e o Mediterrâneo passa a ser chamados pelos romanos de mare nostum.
Com uma organização invejável, Roma expandiu seus domínios, chegando a ter, no ápice do império, 301 províncias e estados, espalhada por praticamente todo o mundo conhecido.
Visto como o império expandiu-se em proporções grandiosas, passaremos a ver como houve a fragmentação desse império, por conseqüência, a do latim vulgar.
A Fragmentação do Império Romano e do Latim Vulgar
Junto com a vastidão do império, aumentava também o número de ameaças advindas da imensa fronteira, visto que os romanos, para constituir seu enorme império, esteve sempre em luta com outros povos, que não eram romanos e por isso eram ditos “Barbaros”. Porém, esse não foi o único motivo para essa fragmentação, causas internas, tais como a dificuldade para administrar o grande territórios também contribuíram. Apesar de serem pouco apreciadas pelos historiadores, destacam-se entre as causas internas:
O despovoamento do império causada pelos vários conflitos internos, invasões bárbaras somadas a uma terrível epidemia que matou milhões de romanos e reduziu sua civilização à metade. Teve como conseqüência o despovoamento de algumas regiões de fronteiras o que facilitou as invasões.
A mal administração, a queda no arrecadamento de impostos e o grandes gastos públicos desnecessários refletiram nas vias - sistema de estradas – romanas, o que levou a um isolamento e o empobrecimento das províncias, que passaram a depender de si própria para a subsistência, provocando o fortalecimento regional o isolamento lingüistico.
Outra dificuldade encontrada internamente pelos romanos foi a decadência do exército, mantido pelos impostos, que já não eram recolhidos. Mas o ponto chave de sua decadência foi o despovoamento do império o que obrigou o romanos a admitirem e buscarem reforços nos povos bárbaros que eram aceitos no impérios e chegavam a formar colônias, este movimento foi chamado de “Invasão Pacífica” e vai influenciar muito na diferenciação do latim vulgar.
Contudo, o mérito dessa fragmentação, sem dúvida, é dado as causas externas, sobretudo, as invasões, pacíficas ou não, dos povos bárbaros, e sobre estes povos se deve salientar.
As Invasões Bárbaras
Essas invasões não ocorreram simultaneamente, mas sim, sucessivamente durante dois séculos, e fizeram com o Império Romano Ocidental, já enfraquecidos por todos os motivos internos, quedasse no ano de 476 . As primeiras invasões foram as “pacíficas” e vieram antes das grandes invasões. Este movimento inseriu povos como os germanos e os godos na cultura do império, desde as atividades militares até os serviços doméstico, fazendo o uso da língua latim vulgar, o transformando conforme seu sistema fonológico e o permeando de características e vocábulos de seu idioma pátrio. A fase das grandes Invasões começaram com os hunos, que sob o comando de Átila atacaram Constantinopla, Capital do Império Romano do Oriente. Por posteriormente não terem se fixado na România, não deixaram nenhum vestígio lingüistico que viesse a afetar as línguas românicas. Outros povos que merecem destaque são:
Os Vândalos: Descendiam dos germanos orientais, vindos, certamente, da região sul da Escandinávia e por pressão de outros povos bárbaros foram obrigados a migrar para o sul. Com aliança com outros povos consegue passar o Reno, fixando-se, depois, na Península Ibérica. Lingüisticamente, os vândalos estavam ligados ao gótico e sua passagem não registra influências de substratos.
Os Godos: Originário também do sul da Escandinávia, dividiram-se em dois grandes grupos, os Visigodos e Ostrogodos. Os primeiros, também pressionados por outros povos, recebem autorização para viver a România, mas logo se rebelam e se fixam por vária partes do império e permanecem na Península Ibérica até as invasões árabes. Os segundos, depois de colaborarem com o Império Romano do Ocidente, invadem a Itália e vence os germanos que tomaram Roma em 476 a.C.. Em contato com os invasores o romance peninsular se enriqueceu com vários empréstimo lexicais e morfológicos.
Os Francos: Este povo sempre ficaram estabelecidos à direita do Reno e, ao contrário do que ocorreu na Ibéria, souberam criar um Estado comum a população românica e franca. Com o norte germânico e ao sul romanizada, assimilou lentamente dois povos e duas língua, o francês e o franco-provençal.
Os lombardos: vindos da Escandinávia, conquistaram Pávia, Toscana, Úmbria, Espoleto, Benevento, Ravena, Nápolis, Roma e a Sicília. O reino lombardo termina em 774, após ser conquistado por Carlos Magno. Lingüisticamente, sua fixação ao norte da Itália fez com que a região se integrasse com as tendências rético-gálicas.
Os Alamanos: povo germânicos vindo da parte superior do rio Meno. Interditaram o comércio e as rotas nas vias romanas, interrompendo a comunicação e interação lingüistica entre a Gália e as regiões alpinas, acentuando as diferenciações dialetais.
Os Eslavos: Partiram do território em que temos hoje a Rússia Branca e a Ucrânia. Os eslavos meridionais se fixaram nas províncias Balcãs e substituíram o romance românico por suas línguas eslavas. Apenas uma língua românica conseguiu sobreviver, o romeno.
A invasão árabe: No ano 711, o muçulmano Tárik desembarca em Gibraltar com o fim de ajudar os partidários de Witiza contra o rei visigodo Rodrigo. Este foi vencido na batalha de Guadalete, e a partir deste momento começou a conquista muçulmana da Península que se levou a cabo com uma rapidez assombrosa. Tárik chegou até Toledo no mesmo ano. Muza. Em 712, tomou Sevilha e Mérida; em 714, Lugo e Zaragoza. A conquista de Catalunha culminou no ano 719. Só as montanhas do norte resistiram à invasão.
Se o mundo romano tinha encontrado a sua linha de continuação nos povos que tinham surgido da simbiose com os invasores bárbaros, a chegada do Islão, no século VIII, produz uma ruptura com o anterior: perde-se a cultura romana; os novos invasores são fundamentalmente guerreiros. Os hispanos converteram-se massivamente ao islamismo: com isso, esqueceu-se o legado de Roma conservado na época visigótica. Assim, criou-se um grande vazio que não se encheria até ao século IX, em que começou o renascimento cultural sob o signo do Islão. Por outro lado, a chegada dos muçulmanos acabou por dividir o velho mundo romano em duas partes antagónicas, caracterizadas pelas suas crenças: a cristã e a muçulmana.
Com a invasão muçulmana penetraram novos credos na Hispânia que deram origem à aparição de núcleos religiosos em regiões de religião diferente; encontravam-se: a) os judeus, que primeiro viveram entre os muçulmanos e a partir do século XII entre os cristãos; b) os moçárabes, que eram os cristãos que praticavam a sua religião em território governado pelos muçulmanos, com a condição de pagar tributo; c) os mudéjares: muçulmanos que viviam em território governado por cristãos. O seu número foi muito elevado; obrigados a baptizar-se tornaram-se em mouriscos.
Desde o ponto de vista linguístico há que fixar a atenção na língua românica dos hispano-romanos que viviam submetidos ao Islão, isto é, os moçárabes, que conservavam a sua língua e em grande parte a sua cultura. A sua fala era moçárabe.
A invasão maometana, provocando a Reconquista de Norte a Sul e reduzindo as falas hispano-romances do território submetido à situação de típicas linguagens de populações situadas num ambiente social muito diverso, é a principal responsável da configuração idiomática peninsular.
A influência árabe foi muito ampla e Lingüisticamente reflete-se sobretudo no léxico. O número de arabismos que passaram ao espanhol é muito difícil de calcular: ao parecer, entre os simples e os derivados alcançaria um total de umas 4.000 palavras. Pensemos que termos como azequía, zanja, noria, res, jabalí, alcalde, alguacil, arroba, albañil, tabique, alfiler, jubón, laúd; trompeta, tambor, etc., são outros tantos termos árabes utilizados hoje no espanhol.
No aspecto fonológico o árabe não exerceu nenhuma influência nos fonemas espanhóis, apesar da crença de Nebrija e gramáticos posteriores. A nível morfológico só nos deixou o sufixo -i: jabalí; baladí, adoptado em castelhano durante a Idade Média para a formação de novas palavras: alfonsí, zaragozí. Na sintaxe, há que mencionar a influência do árabe nas traduções dessa língua ao castelhano medieval.
A Formação das Língua Românicas
A diferenciação do latim vulgar de uma região para outra, que finalmente resultou na transformação nas diversas línguas românicas, crê-se ter sido devida as seguintes causas:
- O relativo isolamento geográfico dos grupos entre si;
- O desenvolvimento de unidades políticas separadas;
- A variação cultural e as circunstâncias educacionais;
- Os diferentes período de Romanização;
- As diferenças dialetais na língua dos colonos latinos;
- Os substratos lingüisticos originais;
- Os superstratos lingüisticos subsequentes.
- As influências dos adstratos.
Sob estes três últimos é que passa-se a tratar agora.
O estrato: a língua que sobrevive ao contato com outra língua quer substrato quer superestrato, desse contato resulta a progressiva assimilação das línguas de substrato quer superestrato.
O substrato:. língua usada antes por uma população que foi abandonada e suplantada por outra, por vários motivos: conquista, posse ou colonização da terra por outro povo. Os falares célticos utilizados na Gália antes da conquista romana nos territórios que hoje constituem a França foram substituídos pelo latim, são exemplos de substratos.
O superestrato: língua usada por povos conquistadores que introduzida na área conquistada não substitui a língua dos povos conquistados, podendo com o tempo vir a desaparecer, deixando-lhes alguns traços. Depois das grandes invasões, as línguas germânicas acabaram por desaparecer, mas exerceram sobre o romance uma influência léxica e sintática que não é de menosprezar. Esses povos posteriormente adotaram o latim como língua.
Adstrato:. língua falada que coexiste com outra no mesmo espaço territorial, influenciando-a e dela recebendo influência, porém nenhuma delas é assimilada pela outra. diz-se, por exemplo, que o grego e o latim foram Adstrato, no período em que Roma dominou a Grécia. O espanhol, também é o Adstrato do português brasileiro (tomado este como referência nas regiões da fronteira Brasil / Uruguai).
Ë a partir desse elementos que ocorrerá a dialetação do latim vulgar, que se transformará no português, galego, castelhano, catalão, provençal, francês, rético, sardo, italiano, dalmático e romeno, línguas ditas Românicas, Neo-latinas ou novilatinas.
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Bibliografia :
BASSETO, Bruno. Elementos da Filologia Românica. São Paulo: EDUSP, 2002.
BUENO, Francisco da Silveira. Estudos de filologia portuguesa. São Paulo: Saraiva, 1967.
CHAVES DE MELO, Gladstone. Iniciação à filologia e à lingüística portuguesa. Rio de Janeiro: Ao livro Técnico, 1981.
ELIA, Sílvio Edmundo. Preparação à Lingüística Românica. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1979.
SILVA NETO, Serafim. Estudos de filologia Portuguesa: São Paulo, Saraiva, 1967.
––––––. Fontes do Latim Vulgar. O Appendix Probi. Rio de Janeiro: Acadêmica, 1956.
WILLIANS, Edwin B. Do latim ao português: fonologia e morfologia histórica da língua portuguesa. Coleção: Biblioteca Tempo Universitário. Rio de Janeiro, Tempo Brasileiro, 1973.

Um comentário:

ana disse...

parabéns adorei o blog!!!

objetivo, claro, simples e de fácil entendimento e aceitaçao.