Literatura Latina: “A comédia Latina”.
Análise e contraste entre os textos de: “A cultura latina” ( Maria Helena da Rocha Pereira) e, Literatura latina ( Zélia de Almeida Cardoso).
Em primeira consideração, não há nos textos questões que vão se chocar, ou seja, informações que são citadas em um texto, não são tidas como engano no outro. O que há, creio eu, é uma complementação, uma exibição maior em um do que em outro. Isso, fica claro pela função de cada obra, basta que se olhe o título, para ver que no de “Rocha Pereira” há uma abrangência de todo um contexto de modo, de vida e de costumes, já no de “Zélia” enfatiza à conservação e formação das obras que constituem o “conjunto de textos bem escritos”.
Após essas breves considerações, começaremos a ver a criação ( ou o surgimento) do teatro latino.
Este vai ser um ponto comum em ambos, pois neles afirma-se que não se pode falar de teatro romano só quando Lívio Andrônico ( que retomaremos mais tarde ), começa a traduzir peças gregas para o Latim, sem antes mencionarmos os ritos de cunho religiosos que eram dedicados aos deuses, para obtenção de uma boa safra e proteção Divina. E esses ritos vão instituir os jogos cênicos, que eram procissões em que se cantava e se dançava.
Em um relato histórico, Tito Lívio, conta que no ano de 360 a.C, uma grande peste paira sobre Roma, por isso os cônsules Romanos, mandam vir da Etruria, bastante afamada por seus rituais mágicos-religiosos, pela dança e pelo teatro, dançarinos para realizar uma cerimônia propiciatória. A partir daí, jovens e agricultores romanos passaram a imitar os passos e os gestos dos Ister (ator em etrusco), influenciando assim na realização dos fecininos , que era a celebração da colheita.
É aqui que faremos uma breve reflexão.
Sabemos que entre os anos de 750 à 550 a.C., a Grécia expandiu emensuravelmente seus domínios territoriais e consequentemente culturais, chegando até a Península Itálica e colonizando principalmente a região sul, a qual conhecemos como Magna Grécia. Porém , verificando um atlas Histórico da colonização Grega,( Arruda, josé jobson de. Atlas histórico Básico: A colonização grega e fenícia. Ática, 1997. pagina 8), se constata pontos de colonização grega no norte da Península, na região da Etruria.
É o que nos basta para entender a nota de nº 2 ( página 65), do texto de “Cultura Latina”. Nela são questionados a etmologia de alguns termos técnicos do teatro, atribuídos então ao etrusco, como sendo a deformação do grego, tais como persona (máscara) do grego Prosopon, a mesma coisa acontecendo com Skene, auloidos e histos. Isso nos leva a crer que, mesmo antes das traduções de Lívio Andrônico, o teatro latino sofria influência grega, só que de maneira indireta, via etruscos.
Voltando aos rituais, de 364 a.C. em diante, as práticas dos fecininos se desenvolveram ganhando harmonia entre a poesia e música, nascendo assim as Satúrias. A prática desse teatro religioso se estende até o império, chegando a se proibido por leis.
Faremos agora um salto no tempo, até ao surgimento da comédia entre os latinos, o que será resultado de uma estreita relação, agora direta, entre Roma e Grécia.
Não poderemos deixar de falar nos ludis Romani, principalmente no de 240 a.C., que não só era feito em honraria à jupter como também comemorava o aniversário de um ano do fim das guerras púnicas. Nesse, os organizadores do espetáculo ( edis) encomendaram a Lívio Andrônico, ( pedagogo que traduziu várias epopéias gregas, entre elas “ A Odisséia ”, com o intuito de ensinar aos alunos o modelo de obras e de língua.), a tradução de uma peça grega, para ser atuada no mesmo espetáculo em que haviam gladiadores, funambulista, pugilista e artista circense. Qual peça foi encenada não se sabe, mas o que isto trará um grande êxito a Lívio, que passará a traduzir, adaptar, dirigir e atuar em várias outras peças gregas.
Quem dará continuidade ao trabalho de Lívio é Enio e Névio, inspirados na Comédia nova. Para prosseguirmos é preciso diferenciar a comédia nova, da antiga e da média.
Na comédia nova, das últimas três décadas do séc. IV a.C., é uma comédia de costumes, com assuntos corriqueiros e engraçado referentes as várias classes sociais, explora o amor contrariado que vence no final, tendo assim um final feliz.
A outra , a comédia média, do início do séc. IV a.C., caracteriza-se pelos temas mitológicos.
Já a antiga, séc. V a.C., tem como característica a agressividade, a sátira pessoal, os ataques a figuras conhecidas e um tom político.
Os autores que se dedicavam a comédia nova, praticavam a “contaminação”, que era a fusão de duas ou várias peças gregas em latina.
Outros autores praticavam não só a “contaminação”, como a cópia integral de obras gregas, é o que vemos em Plauto e Terêncio, que declararam nos prólogos de algumas obras, serem elas versões ou contaminações das gregas. Em algumas obras nem o título são traduzidos. Porém, esses dois autores não podem ser tachados exclusivamente sob a influência da comédia nova, pois produziram obras com caráter político( “O Gorgulho”, Plauto), e com caráter mitológico( “Anfitrião”, Plauto).
Para finalizar a análise, veremos os tipos, os cenários e a estrutura da peças latinas.
Geralmente as histórias se passam em cidades gregas, as personagens tem nomes gregos e as máscaras e roupas também são imitações das Helênicas (Palliata Pallium= manta usada na Grécia).Os tipos também são heranças: a jovem que é raptada por piratas, os soldados que contam histórias maravilhosas sobre aventuras no oriente, o parasita, o escravo estrangeiro, o flautista e o músico.
As estruturas, só não possuem o coro , mas de resto é idêntica à grega, divididas em partes faladas ( diverbia ), e as partes cantadas (cantica), nas quais versos se adequam à melodia.
Assim concluímos que o teatro latino é uma imitação do grego, salvo por poucas diferenças, que veremos a seguir.
Para começar, veremos que os romanos edificam o teatro independente de haver ou não uma encosta de colina, comum ao estilo grego, eles desenvolvem a construção formada pelo anfiteatro (cavea) e pelo palco ( scaena), e não cidade romana por mais longínqua que seja , que não tenha o seu teatro.
Ainda na estrutura do prédio do teatro há duas novidades, a tenda que protegerá os espectadores da ardência solar e o pano que abrirá o espetáculo( isso de maneira inversa a do teatro moderno, que sobe no início e cai no final).
Algumas outras mudanças terão caráter temático, algumas peças mostram a funcionalidade administrativa do fórum, e a posição arquitetônica da cidade. Outras serão tentativas de nacionalização dos trajes dos atores ( velha manta grega = Palliata), para a toga dos magistrados romanos ( Togata).
Assim terminamos essa análise da comédia romana, concluindo que o teatro latino foi a extensão do grego, que aos poucos foi se moldando e inserindo seus próprios valores. Organização: Francisco Muriel
terça-feira, 30 de outubro de 2007
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Um comentário:
para um blog sobre língua portuguesa, você escreve mal demais. que texto superficial e mal-escrito. força aí e melhore esse português!
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